“O Sertão é do tamanho do mundo”
Guimarães Rosa
Nalgumas noites
brancas, eu me deparo recostado à parede, olhando ao redor, vendo a cidade toda brilhando da minha varanda. Vaga-lumes de concreto, estrelas artificiais
deste moderno mundo arcaico!
Carros, quais cavalos
de raça, cruzam as avenidas em desesperada velocidade, cavalgam rumo a um
tráfego convulso e desequilibrado.
O Vento, sem pedir
licença, bate no meu rosto! Ninguém percebe, mas ele tem um gosto de Sertão.
Certamente veio galopando de minha terra, por entre carnaúbas, xiquexiques e
macambiras.
É esta ventania sertaneja
que teima em me lembrar de que mesmo em terras citadinas, eu daqui não sou.